Um relato de vítima, que autorizou a publicação com a preservação da identidade:
"Até algum tempo, eu não conseguiria falar sobre isso. Aconteceu comigo em setembro de 2008. Trabalhava como apresentadora de telejornal em uma emissora de TV em uma cidadezinha do interior, quando tive um video, de apenas alguns segundos em um momento íntimo com meu então namorado, divulgado através de bluetooch de celular. Foi muito difícil suportar as consequências. Pior ainda saber que as pessoas em que eu confiava me traíram dessa forma. Porque o video estava armazenado no celular de um amigo, que passou para outro, e então para toda a cidade, e Municípios vizinhos. Passei por todo tipo de humilhação e comentários. Não fui demitida, mas as situações me forçaram a me demitir. Na época, o namorado continuou comigo, talvez por medo de me largar e eu o denunciar junto aos culpados pelo vazamento do material. Foi até criada uma comunidade no Orkut, que com muito custo conseguimos denunciar e ser retirada do ar. Saiu um texto em um jornal local, tendenciando a situação, como se eu tivesse planejado esse video como uma estratégia de marketing, para ficar famosa em detrimento dos costumes da família.
Só quem passa pela situação, sabe o caos que é. Ser motivo de piada, ver ir embora a confiança de familiares e amigos, ser julgada e rotulada como uma pessoa leviana, prostituta, fácil. Apesar de ter tido um namoro de cerca de dois anos com esse cidadão, a quem eu desejo todo o bem do mundo apesar do mal que me fêz.
Meus amigos e ex namorados também foram hostilizados e em muitos momentos me cobraram providências. Mas quais? Faltam informações sobre a Lei aplicável para esses casos e sobre que providências tomar. Além de não existir apoio psicológico especializado para pessoas que passaram por esse tipo de situação.
Se tem uma coisa que foi boa nessa história, foi que eu soube quem era meus verdadeiros amigos. Os falsos, me abandonaram, ou agiam de maneira absurda, o que deixava clara as suas intenções...
Se eu não tivesse uma formação moral forte, teria me suicidado. Porém, não precisei sair da cidade, não parei de trabalhar com as coisas que eu gosto (hoje produzo um programa de forma independente para a mesma emissora) e nem deixei de ser eu mesma. Tenho até um novo amor, que não se importa com essa história, e é uma pessoa a quem eu devo muito de minha recuperação, após todo esse caos que se instaurou em minha vida."
Se você conhecer alguma vítima, ou quer alertar as pessoas sobre o perigo do sexting, divulgue o endereço deste blog, ou entre em contato pelo email vitimasdesexting@yahoo.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário